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domingo, 3 de julho de 2011

O CIÚME E SUAS VÍTIMAS



O CIÚME E SUAS VÍTIMAS

              Sentir ciúme é basicamente sofrer por uma situação hipotética, decorrente de interpretações distorcidas que o ciumento faz dos sinais que percebe. 
               Todos nós conhecemos o ciúme desde quando éramos crianças. Ainda bebês, sentíamos ciúmes de qualquer pessoa que nos afastasse de nossa mãe ou de sua substituta. É um sentimento normal da infância, quando a criança tem medo de perder a protetora.
                O parceiro ciumento é abusivo e pode destruir o amor e a confiança da outra pessoa. Torna-se muito difícil estar num relacionamento no qual tenha que se manter sempre na defensiva e constantemente culpado por tudo o que acontece à sua volta. Tudo é muito cansativo e nenhuma explicação parece satisfazer o ciumento. Esse permanente estado de atenção gera stress e muitas vezes o ciumento se torna dependente dos esforços que seu parceiro faz para não provocar suas suspeitas. A vítima do ciumento também pode ficar dependente das incessantes exigências que ele faz. Um relacionamento assim, geralmente não tem futuro, pois o ciumento não muda, a não ser diante de um ultimato. Ele precisa de terapia para se livrar das ansiedades que motivam seus ciúmes exagerados, mas dificilmente reconhece a realidade para buscar ajuda.    
                 O ciumento costuma acusar seu parceiro de infidelidade, geralmente em momentos inoportunos, quando este têm dificuldade de provar o contrário. Cobra explicações sobre fatos passados e procura provocar incêndio onde nem há fogo. Constantemente atacando, desvia a atenção quanto à sua própria conduta. Isolam o objeto amado de amigos e parentes, mostrando-se sempre preocupado em acusá-lo para receber garantia de fidelidade. Essa insegurança enfraquece o relacionamento e diminui sua própria imagem diante do parceiro.
                  A tendência do ciúme doentio tem origem na infância. Quem teve na sua historia pessoal experiências de abandono é mais susceptível a sentir ciúme. Mas só precisa de ajuda terapêutica quem faz uma construção fantasiosa da realidade que está gerando seu ciúme. Com terapia específica o ciumento consegue mudar seu modo de pensar percebendo quanto a fantasia o está prejudicando.
                  Sentir ciume de vez em quando é normal. No entanto, quando a pessoa guarda o sentimento começa a imaginar situações e fazer perguntas capciosas para pegar o outro em falso. O ciumento crônico distorce a realidade e acredita em suas fantasias. Para ele, tudo prova que está sendo enganado ou rejeitado. Portanto, ter ciúme é sempre perigoso.
                   Ao contrário do que muitos pensam, o ciúme não é prova cabal de amor, mas de insegurança e falta de confiança no parceiro por quem está apaixonado.
                   A fronteira entre o saudável e o patológico é muito tênue. Não se pode classificar todo o ciúme como patológico. É preciso uma análise detalhada, feita por um especialista experiente, para classificar uma conduta como tal. Caso contrário, ninguém mais poderia ter ciúme que, quando saudável, é parte integrante do amor. O que torna o ciúme um sentimento patológico é sua intensidade e freqüência, podendo tornar-se até delirante. Nesse caso é comum gerar taquicardia, frieza nas mãos e nos pés, contraturas musculares, etc. São sintomas semelhantes ao pânico. Com a freqüência das crises de ciúme, podem surgir dores musculares e nas articulações, sintomas alérgicos e insônia crônica, que tornam o ciumento um forte candidato ao infarto. 
                     Se você é um ciumento patológico e quer se livrar desse sentimento, comece por desconfiar, em primeiro lugar, de si mesmo. Procure preencher seu tempo livre com atividades tipo ginástica, cursos, leituras, passeios, etc. Seja você mesmo e não queira se mostrar como uma pessoa aberta e segura. Isso evitará que a sua ansiedade aumente e que as brigas, pela tentativa de culpabilizar o parceiro, se intensifiquem.
                     Se você é a vítima de ciumento saiba que a melhor maneira de lidar com ele é não deixá-lo com dúvidas. Responda suas perguntas de forma direta e sem meias palavras. A indiferença só o estimula. Se ele tenta esticar a conversa, procure encerrar o assunto. A melhor estratégia para esfriar a cabeça é adiar a conversa para um momento mais oportuno, quando os dois estiverem calmos. Para elevar sua auto-estima, faça uma lista de suas qualidades e leia para você mesma todos os dias.
                    É muito difícil abandonar velhos hábitos e estabelecer um novo relacionamento baseado em confiança e interesse comuns. Geralmente as pessoas que estão num relacionamento como esse terminam perdendo a espernça de conter a incessante ansiedade e acabam se separando. Lembre-se sempre de que um amor verdadeiro é, acima de tudo, baseado na confiança mútua. Quando esta confiança deixa de existir o melhor caminho é a separação, pois o ciúme pode se tornar destruidor e perigoso.

Nicéas Romeo Zanchett

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