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domingo, 6 de março de 2011

OS RELACIONAMENTOS AFETIVOS E SEXUAIS



Ilustração: Romeo Zanchett
OS RELACIONAMENTOS AFETIVOS E SEXUAIS
Já houve inúmeros períodos da história ocidental em que sexo era considerado uma manifestação vulgar, de instinto e animalidade.
A harmonia no relacionamento sexual depende de uma sintonia de emoções e da atração física. Esta área básica na vida do casal está exposta a muitos mal-entendidos originados em situãções da vida cotidiana.
A idéia de que o papel da mulher no ato sexual não é apenas de participação, mas de participação equivalente à do homem, só começou a ser aceita nos fins dos anos 1920. As pessoas leigas passaram a entender que a mulher é capaz de ter orgasmos da mesma forma que o homem. A partir daí o conceito do papel sexual da mulher vem mudando cada vez mais rapidamente. Entretanto muitas continuam se conformando em deixar para o marido todas as iniciativas no ato sexual.
Não são poucas as vezes em que o marido se queixa de que a noiva apaixonada transformou-se numa esposa fria, repelindo-o todas as noites com um: "Deixe-me em paz, vocês homens não pensam em outra coisa".
Os homens tem dificuldades para entender as insatisfações das mulheres. Os motivos delas são vários, mas geralmente são preocupações com os filhos, com os afazeres domésticos, e com isso seu desejo sexual fica temporáriamente diminuído. Por outro lado, o marido, tenso devido às exigências do trabalho, não pode ser o amante ardente dos primeiros tempos de vida conjugal. Portanto nenhum marido ou mulher deve esperar que todo o ato sexual seja perfeito em todas as ocasiões. Qualquer ansiedade, a menor discussão ou uma simples dor de cabeça podem tornar o marido mais carinhoso num fracasso quase completo. É preciso parar e conversar sinceramente sobre os problemas e juntos buscarem a melhor solução.
Uma vida sexual harmoniosa e feliz não é algo com que se nasce. O casal precisa compreender que a perfeição se desenvolve através de uma experiência longa e paciente. É fundamental que exista um diálogo franco entre marido e mulher, pois assim eles acabarão por entender cada vez mais suas necessidades mútuas. Por mais apaixonados que estejam, um homem e uma mulher continuam sendo seres humanos de carne e osso, sujeitos a todas as pequenas vulgaridades da vida cotidiana. Para que o amor possa ser vivido e apreciado em seu mais amplo sentido, o corpo deve ser aceito como algo vulnerável e material. Não se pode esperar que ele tenha a "puresa" de um ser sobrenatural. Nada impede de amá-lo com todas as suas limitações, assim mesmo como ele é.
É importante compreender que não existe um padrão de comportamento aplicável a todos os casais. Cada um vai determinar exatamente o que lhe trará maior satisfação. São muitos os estudos sobre a freqüência do ato sexual no casamento e todos mostram que existe uma grande variação entre os casais, e não há evidências de que o grau de satisfação dependa do número de vezes que se faz amor. O que satisfaz um casal pode não satisfazer outro. Não há índice relativo à freqüência sexual no casamento, nem qualquer média que assegure a felicidade de um relacionamento. Como qualquer outra atividade humana, cada indivíduo tem suas preferências pessoais no ato sexual, portanto não há como esinar regras e conselhos que sejam universais.
Freqüentemente a esposa julga que a "modéstia" não lhe permite assumir uma posição mais ativa ou sugerir técnicas que lhe proporcionariam maior prazer. No entanto, muitos maridos sentiriam uma satisfação especial se a esposa desse os primeiros passos. A mulher precisa compreender que o homem também tem suas limitações e medos que, muitas vezes, bloqueiam as suas próprias iniciativas. Medo de magoar, medo de ofender, medo de ser julgado, e tantos outros motivos. A iniciativa da mulher seria uma prova de que ela o considera um homem desejável. Enquanto a mulher se recusar a ter uma atitude mais descontraída e ativa, o ato sexual como expressão do amor, estará longe de uma realização completa.
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Nicéas Romeo Zanchett

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