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sábado, 5 de março de 2011

NOSSOS SONHOS ERÓTICOS

NOSSOS SONHOS ERÓTICOS
Mesmo depois de Freud revolucionar a psicanálise e o pensamento simbólico com seu livro "A Interpretação dos Sonhos", seu caráter premonitório continuou vivo nas mais deversas cuturas.
No Brasil os aficionados do jogo costumam acreditar que recebem sinais do além enquanto dormem, indicando o vencedor do dia seguite.
Na Grécia antiga, para anunciar tragédias e pestes, registraram-se muitas referências a deuses que se comunicavam através de símbolos oníricos. O templo de Delfos tinha o seu oráculo constantemente procurado por sonhadores em busca de decifrações de seus sonhos. Artemiro (adivinhador de Êfeso - Grécia - sec.II) entendia que nos sonhos reside a chave de todos os mistérios da vida. Ele recolheu em texto uma série de símbolos oníricos interpretados, e esta foi a fonte maior em que Freud bebeu ao estudar, pela primeira vez, à luz da psicanálise, os sonhos.
Hipócrates via o sonho como "a libertação da alma". Ele acreditava que dormindo era capaz de perceber melhor as doenças e por isso sonhava diagnósticos.
Também os faraós egípcios não desprezavam as características premonitórias do sonho.
Uma tribo da Malásia Central, estudada pelo antropólogo Kilton Stuart em 1935, tinha um curioso hábito: Todas as manhãs as famílias se reuniam para contar os sonhos. O pai, a mãe, os filhos, todos faziam seus relatos e juntos interpretavam os sonhos da noite. E quando uma criança contava um pesadelo interrompido o pai ensinava-a a não interrompê-lo mais.
Como vimos, cada cultura ou civilização desenvolveu uma maneira própria de decifrar os sonhos.
Para Freud, "o sonho é a realização de um desejo". Na sua teoria da libido parece colocar no sexo todos os segredos do inconsciente humano. Mas ele contestava essa interpretação dizendo que a palavra desejo nem sempre tem a ver com a sexualidade. Explicava que o sonho pode também realizar a fome ou a sede. Dada a discriminação sócio-cultural contra a sexualidade, é inegável a maior participação das pressões originadas das áreas sexuais. "O sonho é a estrada real para o inconsciente". É assim que via a questão onírica. E observava dois conteúdos consideráveis no sonho: o conteúdo manifesto (o sonho tal como é relatado) e o conteúdo latente (o sentido oculto que justifica a nálise interpretativa).
Curiosamente Freud afirmava que osonho existe para possibilitar o sono. Ou seja, os desejos reprimidos geralmente são fatores de insónia. O desejo é perturbador, gera ansiedade e então vem o sono e o realiza. Após o sonho, podemos então dormir tranqüilos e realizados.
A teoria freudiana do desejo se deparou com o obstáculo chamado pesadelo. Então ele explica que pode ser uma falha parcial no trabalho de elaboração do sonho, ou é conseqüência de desejos que o "ego" não aceita. Seria um conflito entre o desejo e a autocensura.
A autocensura pode ser abservada claramente na prática. Se sonhamos objetivamente com uma relação sexual, o sonho se interrompe antes ou no momento do orgasmo. Mesmo os sonhos acompanhados de poluções noturnas, geralmente não chegam ao gozo e o sonhador acorda no momento de gozar, ou até um pouco antes.
A ciência que estuda o fenômeno do sono já provou que 98% dos sonhos eróticos de que nos lembramos não provocam nenhuma reação física emissora de líquido orgástico. As poluções noturnas existem de fato, mas são acontecimentos típicos de adolescentes, que ocorrem nos dois ou tres anos após o início da puberdade. O fato é explicado pela vitalidade da virilidade nascente, que provoca emissões de esperma durante as ereções noturnas. Já no homem maduro também podem ocorrer poluções noturnas, só que raramente. Todo o homem tem de 3 a 7 ereções por noite, independente da vontade ou de qualquer erotização. Isso se deve à hipersensibilidade dos sistemas nervosos autônomos durante as fases do sono onde ocorre a ereção. Esta hipersensibilidade acaba por desaparecer quando a vida sexual entra em processo de regularidade. A mulher também pode experimentar orgasmos durante o sono, mas são mais raros.
A parapsicologia vê os sonhos com amplas possibilidades de interpretação, que vão desde um desvendamento do inconsciente até a premonição ou telepatia. Segundo a parapsicologia o sonho é uma porta aberta para um estado superior da consciência. É durante o sono, e com o corpo físico em perfeito descanso, que entra em ação o corpo etéreo. Esse corpo, que tem as mesmas dimensões do físico mas é mais leve, está justmente entre o primeiro (físico) e o corpo astral, que é mais leve e volátil (quase como a alma de que falam algumas religiões), que é a não matéria. Segundo esta teoria, o corpo etéreo pertence a um outro mundo, o mundo superior - inacessível à percepção comum dos sentidos humanos.
Hoje a parapsicologia é cada vez mais ciência e menos adivinhação. Experiências parapsicológicas, da maior importância, já chegaram a fotografar o corpo etéreo. Em muitas lendas árabes e indianas, acontece de uma mesma pessoa astar em dois lugares ao mesmo tempo. Pode ser em duas cidades ou dois países distantes. A eubiose explica este fenômeno através do corpo etéreo que, por alguns momentos, em um estado de adiantada evolução, deixa o corpo físico e posteriormente volta a habitá-lo. É, portanto, o corpo etéreo que percebe e informa ao corpo físico coisas que escapam à percepção deste último. Pensamentos, inspirações, memórias sutis, visões telepáticas, pressagios.
Carl Jung foi, dentro da psicanálise, e depois de Freud, o cientista que mais discutira o sonho e a linguagem simbólica. Jung não desprezou as interpretações populares e nem as paranormais. Para ele o sonho é um diálogo inteior, onde se manifesta uma multiplicidade de instintos: fantasias, desejos, experiências irracionais, visões telepáticas, profecias. Jung analizava o inconsciente coletivo a partir do primeiro homem. Ele dizia que a memória do homem é arcáica; que ele sabe de certas coisas, mas não sabe que sabe; que lembra, mas não sabe que lembra, e assim tudo acaba em sonhos.
Tenha bons sonhos.
Nicéas Romeo Zanchett

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